A criança que desfruta as horas necessárias de sono torna-se alerta durante o dia, desenvolve a memória e tem facilidade em aprender. Ao contrário, a criança que não tem um sono com qualidade, tende a ser mais lenta e propensa a mudança de humor.

Por isso, é importante que os pais orientem os filhos na criação de bons hábitos de sono. Entre esses bons hábitos estão seguir uma rotina sempre igual todas as noites, ensinando à criança a importância de uma boa noite de sono e que ela pode dormir sozinha em seu próprio quarto e em sua cama.

Para o crescimento emocional da criança é bom que ela aprenda a dormir em sua cama, procurando evitar que ela crie o hábito de passar para a cama dos pais durante a noite ou ser levada para sua cama depois de adormecer em outro local, como o sofá, na frente da televisão ou na cama do casal. É claro que há exceções como no caso de estar doente e precisar de auxílio dos pais durante a noite.

Hora de ir para cama 

  • Procurar levar a criança para a cama sempre no mesmo horário.
  • Procurar manter o quarto silencioso e em uma temperatura confortável.
  • Se estiver no verão, um banho antes de colocar o pijama ajuda a refrescar e relaxar.
  • Escovar os dentes.
  • Colocar a criança na cama.
  • Contar uma história ajuda a criança no relaxamento.
  • Dar uma boa noite e sair.                                     

Bebês

Nos seis primeiros meses de vida a criança passa grande parte do tempo dormindo. Os recém-nascidos têm sono polifásico, sem diferenciação entre dia e noite e dormem em média 16 horas por dia e o ciclo do ritmo biológico se repete a cada três ou quatro horas (nesse período, a criança acorda, é feita a higiene, é alimentada e dorme de novo).

Em torno do terceiro mês, quando o ritmo biológico começa a mudar, o bebê percebe a diferença entre o dia e a noite. É normal o recém-nascido acordar durante a noite para mamar, mas com o passar do tempo a tendência é as mamadas irem se espaçando, até dormir toda a noite.

Entretanto, pode acontecer de a criança chorar e, devido ao cansaço, os pais trocarem o berço pela cama do casal, levando o filho para dormir entre eles. Esta não é a solução mais acertada, pois já se começa a criar um hábito errado no bebê. Se a criança chorar no meio da noite, os pais devem ir até o berço, verificar se há algum problema (dor, fraldas sujas), mas não tirá-lo de lá.  

Cochilo da tarde

Para as crianças pequenas o sono da sesta e o da noite são necessários, mas devem ser independentes. A “dormidinha” da tarde deve ser no quarto com um pouco de claridade e os barulhos normais da casa, para que possam aprender a diferenciá-la do sono da noite.

 As crianças que cochilam durante o dia são geralmente mais bem-humoradas e desfrutam de um sono melhor à noite. Após seis meses de idade as sestas das crianças variam de ½ a duas horas de duração e são interrompidas geralmente entre 2-5 anos.

Mudanças no ciclo

À medida em que a criança cresce o número de horas de sono necessárias vai diminuindo. Aos sete anos dorme em torno de 12 horas por noite e já está totalmente adaptada ao ritmo biológico dos adultos. Se até essa idade a criança não tiver superado os problema de insônia, ela tem mais chance de continuar com dificuldades para dormir pelo resto da vida.

Transtornos 

A insônia infantil existe, mas nem sempre tem como causa problemas de saúde. Está mais relacionada ao comportamento dos pais, ou seja, como lidam com a situação e os hábitos que incutem nos filhos. Normalmente a insônia é corrigida com a mudança de atitude dos pais, que devem transmitir segurança e ensinar o bebê a dormir no berço. 

Um dos principais transtornos é a apnéia, uma breve interrupção da respiração. Isto porque dos 2 aos 6 anos, as amídalas e a adenóide começam a crescer e muitas vezes dificultam a respiração. Os problemas de alergia e de obesidade também podem contribuir para a apnéia do sono.  Assim, se seu filho ronca muito, tem o sono agitado e ficar hiperativo ou  sonolento durante o dia é bom ouvir a opinião de um especialista. 

Geralmente, os pesadelos ocorrem mais na segunda metade da noite e, no outro dia, as crianças recordam o que se passou. Os pesadelos tendem a desaparecer naturalmente com o tempo e os pais devem incentivar a criança falar sobre os mesmos. Para ajudar a diminuir o problema, quando colocar o filho para dormir, os pais devem conversar sobre situações agradáveis e evitar que ele veja televisão imediatamente antes de ir para a cama. 

O terror noturno e o sonambulismo ocorrem mais freqüentemente entre os 4 e 8 anos. A criança está ao mesmo tempo adormecida e acordada, por isso, tentar acordá-la não resolve a situação. O correto é tomar alguns cuidados quanto a sua segurança, evitando que ela não se machuque em móveis e brinquedos. No mais, é  incentivá-la a recomeçar a dormir.