O Horário de Verão consiste no adiantamento dos relógios para promover economia de energia elétrica com o aproveitamento da luz natural dos dias mais longos das estações de verão/primavera. Nas estações de outono/inverno os relógios são atrasados, retornando assim ao horário habitual.

O horário de verão é utilizado por cerca de 30 países. No Brasil, os relógios são adiantados ou atrasados em 1 hora, mas isto varia de país para país.

Não há data fixa para o início e o fim do horário de verão no Brasil, a cada ano eles são decididos por um ou mais decretos. O mesmo decreto também dita quais os estados irão ou não mudar seus horários. Alguns destes decretos são publicados muito próximos da data de início e até mesmo após seu início.

Que países aboliram o horário de verão?

Japão, China, Estônia, Singapura, Tajiquistão, Turcomenistão, e Uzbequistão.

O Governo do Cazaquistão aboliu o horário de verão, através de resolução em março de 2005, citando as complicações com a saúde e à falta de benefícios econômicos como principal razão, além de diminuição na produtividade. Metade da população do Cazaquistão reage negativamente à mudança de horário. Insônia, aumentos na pressão sangüínea, exacerbação de doenças crônicas e alterações endócrinas foram citadas como as complicações mais comuns causadas pela redução de uma hora com a entrada do horário de verão.

“A corpo humano tem seu próprio relógio biológico, que corre sincronizado com o relógio da natureza. Quando o corpo humano é forçado a reajustar-se artificialmente, isto ocasiona distúrbios no relógio biológico”. Médica do Tajiquistão

História

Foi Benjamin Franklin, em 1784, quem teve a ideia de implantar o horário de verão para economizar velas, porém sem sucesso. As origens do Horário de Verão também remontam ao ano de 1907, quando William Willett, um construtor britânico e membro da Sociedade Astronômica Real, deu início a uma campanha para adoção do horário de verão no país. Naqueles dias o argumento utilizado era que haveria mais tempo para o lazer, menos criminalidade e redução no consumo de luz artificial. Surgiram opositores de todas as áreas; fazendeiros, pais preocupados com as crianças que teriam que acordar mais cedo, etc. A proposta só foi encarada seriamente, inicialmente pela Alemanha em 1916 e seguida por diversos países da Europa, devido à primeira Guerra Mundial. A economia de energia elétrica foi vista como um esforço de guerra, propiciando uma economia de carvão, a principal fonte de energia da época. Na II Guerra Mundial, a Inglaterra adotou o sistema novamente, adiantando os relógios em 2 horas. A partir daí, outros países adotaram o horário de verão e continuaram a utilizá-lo mesmo após a guerra.

Nos Estados Unidos, o horário de verão começa no primeiro domingo de abril e termina no último domingo de outubro. Na Inglaterra começa 1 semana antes do que nos Estados Unidos. Em outros países europeus termina na última semana de setembro. No Brasil, o horário de verão começa no início de outubro e termina em meados de fevereiro.

No Brasil ele foi adotado pela primeira vez em 1931, visando também à economia de energia elétrica.

Redução do consumo de energia

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estima que durante o horário de verão deste ano haverá uma redução do consumo de energia durante o horário de pico (aproximadamente entre 19h e 22h) de 4% a 5%, o que equivale a uma economia de aproximadamente 2 mil megawatts. Somente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a redução no horário de maior consumo deverá ser de aproximadamente 1.745 megawatts, o equivalente a duas vezes o consumo do horário de pico em Brasília.

O horário de verão e as mudanças no nosso organismo.

O nosso organismo funciona de acordo com um relógio biológico, uma parte do sistema nervoso que determina os horários nos quais o corpo sente sono, fome, cansaço e os momentos de maior disposição física e mental. Uma alteração forçada no ritmo biológico de cada um provoca uma série de problemas de ordem física.

A conseqüência imediata do horário de verão, especialmente no seu início e no seu término, é o desajuste do relógio biológico. Enquanto o organismo não se adapta ao novo horário, o indivíduo se sente mais sonolento e, em decorrência disso, aumenta o cansaço, diminuindo a atenção. Esses fatores determinam a diminuição do rendimento no trabalho, na escola e no cotidiano em geral. Propicia o aumento do risco de acidentes de trânsito e no trabalho. Após alguns dias ou semanas (dependendo do indivíduo) a ordem temporal interna é restabelecida.

Para a maioria das pessoas, o prazo para o organismo se adaptar ao horário de verão é de menos de uma semana. No entanto, há quem não se adapte. As notívagas, pessoas cujo rendimento é maior no período noturno, costumam demorar mais para se adaptarem.

Alterações que a pessoa pode apresentar

Durante o período de adaptação à mudança imposta pelo horário de verão o indivíduo pode experimentar um mal-estar, dificuldade para dormir no horário habitual (o horário do relógio), sonolência diurna e cansaço, o que pode levar também a alterações de humor e dos hábitos alimentares.

O horário de verão, entretanto, apresenta resposta variada entre os indivíduos. Depende também das condições em que se encontra naquele momento. São fatores importantes à resposta: o humor, a flexibilidade/tolerância frente às mudanças de horários em geral, os interesses da pessoa no período da mudança do horário de verão, se dorme menos que a maioria das pessoas (8 horas/noite), se tem o hábito de dormir mais tarde ou mais cedo que a maioria das pessoas e se já sofre de algum problema de sono. Pessoas mais velhas tendem a se tornar mais rígidas com os seus hábitos inclusive com os de dormir. Assim, podem se tornar mais indispostas com a entrada do horário de verão, especialmente se dependerem dos horários do relógio para se alimentarem e realizarem as atividades do dia a dia.

Riscos de acidentes. Pesquisas.

Há riscos de acidentes, seja no trânsito ou no trabalho, principalmente na estrada, especialmente na instalação do horário de verão quando se perde pelo menos uma hora de sono. No Brasil não existem estatísticas a respeito. Um estudo realizado no Canadá mostrou que no dia seguinte à implantação do horário de verão ocorreu um aumento de 7% no número de acidentes de trânsito. A situação voltou ao normal uma semana após a implantação. Com o fim do horário de verão, quando se ganha uma hora, ocorreu uma diminuição do número de acidentes no primeiro dia e um aumento de cerca de 7% , uma semana após a retirada do sistema.

O horário de verão tem efeitos controversos na saúde. Nas sociedades com horários fixos de trabalho, possibilita mais luz solar à tarde para exercícios ao ar livre, que podem contribuir para a saúde. Ele altera a exposição à luz solar, mas o beneficio depende de onde nos encontramos e do horário das atividades diárias, pois a luz solar desencadeia a síntese de vitamina D na pele, mas a exposição excessiva e a hora não apropriada do dia podem acarretar em câncer de pele. A luz solar influencia o trantorno sazonal afetivo; O horário de verão pode ajudar em casos de depressão por fazer com que a pessoa acorde mais cedo. O horário de verão pode piorar a condição das pessoas que sofrem de cegueira noturna.

Acrescentar luz solar às tardes geralmente beneficia o comércio, esportes e outras atividades que exploram a luz solar após o horário de trabalho, mas pode ocasionar problemas para fazendeiros e outros cujos trabalhos dependem do sol.

A luz solar extra à tarde parece diminuir fatalidades no trânsito; contudo seus efeitos sobre a saúde e a incidência de crime é menos clara.

É relatado que o horário de verão economiza eletricidade por reduzir a necessidade de iluminação à tarde, mas a evidência para isto é fraca nos Estados Unidos da America. E o horário de verão pode empurrar a demanda de pico, aumentando os custos da eletricidade.

Com o horário de verão, a alteração nas horas compromete as agendas e pode prejudicar encontros, viagens, registros, contas, conselhos médicos e equipamentos pesados. Muitos sistemas com base em computadores podem ajustar seus relógios automaticamente, mas isto pode ser limitado e sujeito a erro, especialmente quando as regras para o Horário de Verão são alteradas.

Minimizando os efeitos da mudança.

Recomenda-se aos indivíduos que, na medida do possível, preparem-se para dormir mais ou menos no horário de sempre (do relógio) e acordem no horário do relógio (oficial). E evitem sonecas não habituais durante o dia, pois diminui a pressão do sono à noite. Dormir com as janelas abertas, pelo menos nos primeiros dias, para acordar com a claridade também ajuda, assim como se expor à luz logo ao acordar. Isso facilita a sincronização do organismo.

O uso de susbstâncias, bebidas (cola, café, chás) ou alimentos, assim como atividades estimulantes sempre devem ser evitadas à noite, especialmente nos dias que antecedem o início do horário de verão.

É também recomendado não dirigir por muito tempo (por exemplo, pegar estradas) durante os dias em que se sentir sonolento e/ou irritado.

Sendo a implantação do horário no domingo, adiantar o relógio no sábado ou na sexta-feira pode ser uma boa opção?

Sim, especialmente para os indivíduos que se ressentem mais. Na sexta feira que antecede o horário de verão pode acordar 20 minutos mais cedo que o habitual, 40 minutos mais cedo que o habitual no sábado e no domingo acordar no horário oficial.